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Trabalho e Desemprego
Pesquisa compara mercado de trabalho em São Paulo com Paris e Tóquio


Para melhor entender a dinâmica do mercado de trabalho na maior metrópole brasileira, a pesquisa sobre trajetórias profissionais e mercado de trabalho se integrou a um estudo comparativo, onde equipes parceiras analisaram, com a mesma metodologia utilizada em São Paulo, as regiões metropolitanas de Paris e Tóquio. O objetivo era comparar os padrões assumidos pelas trajetórias ocupacionais dos trabalhadores quando variavam os sistemas de proteção ao desempregado.

Foi verificado que tanto na França, onde há um sistema público abrangente, sólido e bem estruturado de ajuda ao desempregado (na renda, na re-qualificação e na procura), quanto em Tóquio, onde o chamado “sistema de emprego vitalício” estruturou ao redor da empresa um sólido sistema de proteção privada, os padrões de trajetória se distinguem daquele encontrado em São Paulo.

Contrariamente aos paulistanos, onde predomina o desemprego recorrente, nas duas outras metrópoles predominava seja a experiência do emprego duradouro e protegido, seja a do desemprego, crescente mas igualmente duradouro. Isso porque nelas o desemprego é protegido por políticas públicas cuja cobertura e eficácia se mostravam bem maiores do que no Brasil. “Ou seja, se o gérmen da instabilidade se inocula de maneira generalizada nos mercados de trabalho no novo contexto das economias globalizadas, competitivas e flexíveis, os seus efeitos sobre as trajetórias dos trabalhadores são distintos e dependem da forma como se constroem as instituições de proteção social ao trabalho e ao desemprego”, explica Nadya.

Foi verificado que tanto na França, onde há um sistema público abrangente, sólido e bem estruturado de ajuda ao desempregado (na renda, na re-qualificação e na procura), quanto em Tóquio, onde o chamado “sistema de emprego vitalício” estruturou ao redor da empresa um sólido sistema de proteção privada, os padrões de trajetória se distinguem daquele encontrado em São Paulo.

Contrariamente aos paulistanos, onde predomina o desemprego recorrente, nas duas outras metrópoles predominava seja a experiência do emprego duradouro e protegido, seja a do desemprego, crescente mas igualmente duradouro. Isso porque nelas o desemprego é protegido por políticas públicas cuja cobertura e eficácia se mostravam bem maiores do que no Brasil. “Ou seja, se o gérmen da instabilidade se inocula de maneira generalizada nos mercados de trabalho no novo contexto das economias globalizadas, competitivas e flexíveis, os seus efeitos sobre as trajetórias dos trabalhadores são distintos e dependem da forma como se constroem as instituições de proteção social ao trabalho e ao desemprego”, explica Nadya.

A pesquisa também contemplou as diferenças nas formas de procura de trabalho nas três cidades. Enquanto em São Paulo as redes pessoais - familiares, amigos e conhecidos - ou as agencias privadas de empregos são os caminhos mais utilizados, em Tóquio predomina o uso dos anúncios em jornais e revistas ou das agências do sistema público de emprego. Já em Paris, o sistema público de agencias inscreve 8 em cada 10 desempregados, que têm nele o principal meio de procura de trabalho.

“Mais uma luz amarela se acende para os nossos gestores, tendo em vista o enorme esforço desenvolvido desde meados dos 90 no sentido de montarmos no Brasil um sistema público de intermediação de empregos, já que esse sistema não está sendo utilizado pela população da cidade”, diz Nadya.

Juarez Santos

Metodologia

A história profissional dos paulistanos no período do pós-Real, entre 1994, e 2001, foi inicialmente reconstituída através de questionários suplementares à Pesquisa de Emprego e Desemprego; esses questionário foram aplicados, entre abril e dezembro de 2001, a uma amostra de cerca de 50 mil pessoas, representativa da população ativa da Região Metropolitana de São Paulo. Posteriormente, um sub-conjunto desses indivíduos foi acompanhado durante dois anos por meio de entrevistas biográficas que focalizaram as suas trajetórias e percepções sobre o trabalho e o desemprego.


diverCIDADE - Revista Eletrônica do Centro de Estudos da Metrópole