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Curso
CEM ajuda a difundir o geoprocessamento na administração pública

O Centro de Estudos da Metrópole vem realizando, desde 2001, cursos para difundir as técnicas de geoprocessamento na administração pública. O objetivo dos cursos é preparar os funcionários para usar o Sistema de Informações Geográficas, mais conhecido como SIG.

Os SIGs são programas que produzem mapas a partir de uma base de dados que apresenta uma distribuição geográfica, como os setores censitários do censo 2000 do IBGE. A ferramenta permite visualizar a distribuição geográfica de fenômenos do meio físico e do meio socioeconômico. “É, portanto, uma importante ferramenta na tomada de decisões da gestão pública. Ao ajudar a visualizar os dados e variáveis, pode levar a soluções mais racionais em projetos e políticas públicas”, diz Maria Aparecida de Oliveira, pesquisadora do CEM que ministrou as aulas junto com Gustavo Coelho, também pesquisador do CEM e geógrafo do SEADE.

As aplicações são variadas, podendo ser usado para gerenciar pontos de inundação, mapear áreas verdes, escolher o itinerário dos ônibus urbanos e do transporte escolar, ou otimizar a construção de escolas e a distribuição de alunos em escolas públicas (veja link no final da página para matéria sobre a parceria realizada com a Secretaria de Educação de Guarulhos, que serve como exemplo prático).

O curso já foi oferecido para diversos órgãos públicos além das subprefeituras, como a Prefeitura de Santo André, o Conselho de Habitação do Grande ABC e a Secretaria de Habitação de São Paulo. No ano passado foram realizadas duas oficinas de sensibilização para 230 coordenadores de planejamento das 31 subprefeituras de São Paulo. Desse grupo, 20 representantes de 20 subprefeituras foram selecionados para fazer um curso de aprofundamento de 20 horas. Os cursos são gratuitos e fazem parte do projeto de transferência de tecnologia do CEM, que é financiado pela FAPESP.

Um dos maiores problemas para a disseminação do uso dos SIGs é o alto custo dos programas comerciais, que envolve a aquisição de licenças, capacitação de equipes e aquisição de dados geo-referenciados. Para contornar parte do problema, além do Maptitute , um programa comercial, foram apresentados no curso os programas Terra View e Spring , produzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que são gratuitos.

“O Brasil possui uma grande variedade de base de dados tanto geo-referenciados quanto passíveis de geo-referenciamento, nos níveis municipal, estadual e federal, que podem ser aplicados no SIG. O problema é que, com raras exceções, a maioria dos gestores desconhece totalmente as geotecnologias e carece de uma cultura cartográfica e geográfica. Os cursos do CEM visam ajudar a suprir essa demanda”, explica Maria Aparecida. Outros exemplos de bancos de dados geo-referenciados, além do IBGE, são o Cadastro de Autorizações de Internações Hospitalares (DATASUS) e o Censo Escolar do MEC.

Para o futuro, a equipe do CEM pretende estabelecer um novo cronograma de cursos que possam explorar mais o uso de software público, adaptando o SIG para as necessidades da gestão pública. Ainda esse ano serão planejados novos cursos avançados para dar continuidade ao programa.

Links

Matéria da revista diverCIDADE sobre tarbalho de geoprocessamento do CEM em parceria com a Secretaria de Educação de Guarulhos

Leia artigo sobre geoprocessamento:

Oliveira, M. A. e Pedroso, M. M. – 2004 – A oficina de construção e interpretação de dados territorializados – in: Gestão local nos territórios da cidade, Garibe, R. e Capucci, P. (org). Secretaria Municipal das Subprefeituras de São Paulo.

Divisão de Processamento de Imagens do INPE

Servidor de Mapas do Centro de Estudos da Metrópole

DATASUS – Ministério da Saúde

Sites sobre Geotecnologias:

Mundo Geo

Fator GIS

GEO Brasil

GIS Brasil

 

 

 

 

diverCIDADE - Revista Eletrônica do Centro de Estudos da Metrópole