Paraisópolis
Visita em favela confirma resultados de pesquisa
No dia 27 de janeiro, uma quinta-feira, a equipe de diverCIDADE foi conhecer a favela de Paraisópolis, assunto principal do terceiro número da revista. Apesar da chuva, tivemos a oportunidade de conhecer o trabalho comunitário de duas entidades: a Associação dos Moradores e a Igreja Nossa Senhora do Paraíso. Essas organizações ficam na parte mais central da favela, que é também a região mais estruturada, onde as ruas, apesar de estreitas, ainda são asfaltadas, e onde passam as lotações.
Na Igreja Nossa Senhora do Paraíso, também conhecida como Igreja Dom Veremundo, conhecemos Francinilda Oliveira da Silva, uma cearense que mora há 20 anos no bairro e faz grupos de atividades com idosos e mulheres desempregadas. Quando chegamos, um grupo de aproximadamente dez senhoras fazia uma aula de bordado, enquanto outro grupo com seis pessoas fazia uma aula de alfabetização para adultos. |
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Conversando com as alunas do curso de bordado logo pudemos confirmar a predominância nordestina da favela. As três primeiras entrevistadas eram da cidade de Garanhuns, em Pernambuco, e moravam há mais de 20 anos na favela. Todas elas tinham diversos familiares na região, confirmando também os vínculos familiares e de conterraneidade indicados pela pesquisa do Centro de Estudos da Metrópole.
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Depois de uma rápida caminhada, procurando sempre evitar as pequenas enxurradas que já se formavam nas ruas, chegamos à Associação dos Moradores. Lá encontramos Maria Nilde dos Santos, maranhense que junto com Juliana dos Santos fazem trabalho voluntário no atendimento. A associação faz o que pode para ajudar os moradores, arrecadando cestas básicas, móveis e outros objetos ou fornecendo todo tipo de informação, desde pagamento de conta até obtenção de bolsas família da prefeitura. Além disso, oferece cursos de inglês, telemarketing, manutenção e montagem de computadores. Maria Nilde, estudante de direito, também presta auxílio jurídico a mulheres que desejam obter pensão ou que enfrentam problemas no casamento. |
Em nossa visita a Paraisópolis, pudemos conhecer um pouco do universo retratado nas etnografias sobre a favela, de organizações que trabalham sem dinheiro e com pouca estrutura e onde as pessoas fazem o que podem para ajudar seus amigos, familiares e aqueles que encontram adversidades.
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