Entrevista
 
Perfil: Ronaldo de Almeida
 
   
Ronaldo de Almeida é Doutor em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo, Coordenador da Área de Pesquisa do Centro de Estudos da Metrópole e professor do Departamento de Antropologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Como você se envolveu com a pesquisa em religião?

Muitos dos sociólogos e antropólogos da religião tiveram uma passagem pela religião e comigo não foi diferente. Antes do curso de graduação em ciências sociais o meu interesse era espiritual e intelectual, hoje é intelectual e material. Em suma, ainda vivo dela. Segundo, trata-se de um tema da maior importância para a compreensão do mundo contemporâneo e suas recentes transformações.

O que o motivou a seguir a área da antropologia social?

Quando entrei em ciências sociais pensei em me especializar em ciência política. Com o tempo achei a disciplina muito restritiva quanto ao universo teórico. Por outro lado, como o tema da religião já me motivava, principalmente no que diz respeito à experiência religiosa e sua dimensão simbólica, encontrei na antropologia um campo conceitual mais apropriado a esta discussão.

Quais foram seus projetos na pós-graduação?

No mestrado trabalhei com os cultos de exorcismo na Igreja Universal e seu conflito com as religiões afro-brasileiras. A idéia era entender o processo de “universalização” da Igreja Universal por um procedimento de negar/incorporar as religiões “inimigas”. No doutorado estudei o movimento missionário evangélico entre grupos indígenas no Brasil. O intuito foi o de ampliar a investigação para todo o segmento evangélico (principalmente o de vertente fundamentalista) e seu processo de expansão em contextos onde a diferença cultural seria mais acentuada. O mestrado foi orientado por Alba Zaluar e o doutorado por Paula Montero.

Quais foram suas maiores influências?

A principal influência teórica foi a sociologia da religião de Max Weber.

Quais os seus projetos futuros?

No momento estudo o campo religioso em São Paulo. Saí do segmento evangélico. Por outro lado, tenho trabalhado (e me aproximado cada vez mais) das questões referentes à pobreza urbana e, de forma mais alargada, à vida cotidiana em uma metrópole.

 

 

diverCIDADE - Revista Eletrônica do Centro de Estudos da Metrópole