Aguardando notícias – livro faz retrato de caixas de correio de São Paulo.
Quem hoje tem tempo de sair por aí flanando, coletando pequenos detalhes e histórias fadadas ao esquecimento mas que ganham status de obra de arte para quem sabe olhar com olhos livres de preconceito? O fotógrafo Mário Rui Feliciani fez isso, e o resultado foi um livro inteiro só sobre caixas de correio.
Se as redes sociais são um ponto crucial na dinâmica das grandes metrópoles, o correio ainda é um dos principais meios de ligação entre entes queridos e distantes - talvez por isso o zelo e criatividade dedicados a esses objetos e revelados em Quando o carteiro chegar , (Oficina do Livro Rubens Borba de Moraes e Imprensa Oficial, 152 páginas, R$46,40). “As caixas de localidades pobres são as mais criativas. A das famílias mais abastadas são insossas”, diz o fotógrafo.
O livro traz composições plásticas em torno desse pequeno receptáculo, entremeadas por cartas famosas. Feliciani,que tem em São Paulo a principal inspiração para seus trabalhos, teve a idéia em 1983, quando trabalhava como engenheiro para a prefeitura e realizava uma vistoria em uma favela. O projeto foi concretizado entre 1993 e 1995, quando rodou a cidade e realizou 56 chapas para uma exposição. Não por acaso, a maior parte das caixas foram fotografadas em locais pobres.
Veja a seguir algumas imagens do livro. |