Número Três - outubro/novembro/dezembro de 2004
Matérias

Paraisópolis
Visita em favela confirma resultados de pesquisa

No dia 27 de janeiro, uma quinta-feira, a equipe de diverCIDADE foi conhecer a favela de Paraisópolis, assunto principal do terceiro número da revista. Apesar da chuva, tivemos a oportunidade de conhecer o trabalho comunitário de duas entidades: a Associação dos Moradores e a Igreja Nossa Senhora do Paraíso. Essas organizações ficam na parte mais central da favela, que é também a região mais estruturada, onde as ruas, apesar de estreitas, ainda são asfaltadas, e onde passam as lotações.

Na Igreja Nossa Senhora do Paraíso, também conhecida como Igreja Dom Veremundo, conhecemos Francinilda Oliveira da Silva, uma cearense que mora há 20 anos no bairro e faz grupos de atividades com idosos e mulheres desempregadas. Quando chegamos, um grupo de aproximadamente dez senhoras fazia uma aula de bordado, enquanto outro grupo com seis pessoas fazia uma aula de alfabetização para adultos.

Conversando com as alunas do curso de bordado logo pudemos confirmar a predominância nordestina da favela. As três primeiras entrevistadas eram da cidade de Garanhuns, em Pernambuco, e moravam há mais de 20 anos na favela. Todas elas tinham diversos familiares na região, confirmando também os vínculos familiares e de conterraneidade indicados pela pesquisa do Centro de Estudos da Metrópole.

Depois de uma rápida caminhada, procurando sempre evitar as pequenas enxurradas que já se formavam nas ruas, chegamos à Associação dos Moradores. Lá encontramos Maria Nilde dos Santos, maranhense que junto com Juliana dos Santos fazem trabalho voluntário no atendimento. A associação faz o que pode para ajudar os moradores, arrecadando cestas básicas, móveis e outros objetos ou fornecendo todo tipo de informação, desde pagamento de conta até obtenção de bolsas família da prefeitura. Além disso, oferece cursos de inglês, telemarketing, manutenção e montagem de computadores. Maria Nilde, estudante de direito, também presta auxílio jurídico a mulheres que desejam obter pensão ou que enfrentam problemas no casamento.

Em nossa visita a Paraisópolis, pudemos conhecer um pouco do universo retratado nas etnografias sobre a favela, de organizações que trabalham sem dinheiro e com pouca estrutura e onde as pessoas fazem o que podem para ajudar seus amigos, familiares e aqueles que encontram adversidades.

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