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NÚMERO 12
janeiro - março de 2007
MEIO AMBIENTE
MATÉRIAS
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> Prefeitura deverá criar índice ambiental para a cidade de São Paulo
VÍDEO-REPORTAGEM
> Vila Gilda quer preservar represa, porém falta esgoto e asfalto
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VÍDEO-PERFIL
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ENTREVISTAS
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ARTIGO ASSINADO
> Catadores em movimento: políticas e artefatos urbanos em transformação, por Daniel De Lucca, pesquisador do Cem / Cebrap
SP EM DEBATE
> “Qual é a sua opinião acerca da Lei Específica da Bacia do Guarapiranga”?
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Matéria

Prefeitura deverá criar índice ambiental para a cidade de São Paulo
Secretaria do Verde e do Meio Ambiente faz parceria com o Centro de Estudos da Metrópole para criar índices que sirvam de parâmetro para as discussões sobre a qualidade do meio ambiente nas diversas regiões da cidade.
Gilberto Stam


Central Park, Nova Iorque
No final de abril, o prefeito de Nova Iorque, Michal Bloomberg, anunciou um plano de 25 anos para evitar o colapso ambiental da cidade. O projeto inclui 127 medidas, lidando com o solo, ar, água, energia e transporte. O projeto inclui pistas para bicicletas, plantio de 1 milhão de árvores e novos parques - cada morador não deverá demorar mais do que 10 minutos para chegar até um deles de sua residência. Além disso, planeja cortar em 30% as emissões de gases estufa, através de medidas polêmicas, como cobrança de taxa para circulação de carros em Manhattan.

A proposta de Bloomberg reflete a tendência de incluir o ambiente urbano no foco do debate ambiental. Embora iniciativas isoladas já tenham sido tomadas em diversos lugares – como a despoluição do Tamisa, de Detroit e de Cubatão – diversas cidades buscam ampliar as ações em prol da melhoria do ambiente urbano, procurando assim evitar um colapso ambiental no futuro próximo.

Uma dessas iniciativas é a criação de índices ambientais que possam avaliar a qualidade ambiental em diferentes regiões da cidade. Embora não haja um consenso internacional sobre quais são os indicadores que de fato medem a qualidade ambiental de um centro urbano, há consenso sobre a importância do uso de índices para facilitar o debate público e a conscientização sobre os problemas ambientais da cidade, à exemplo do índice de desenvolvimento humano (IDH) da ONU.

O Centro de Estudos da Metrópole trabalha no desenvolvimento de índices para a cidade de São Paulo desde 2006, quando estabeleceu 80 índices diferentes para os vários distritos, com base no projeto GEO Cidades 2004, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que incluem desde o número de registros de fauna e flora e parques estaduais e municipais, até os indicadores sócio-econômicos que influenciam na qualidade do meio ambiente. O desafio agora é criar um índice único, o chamado indicador sintético, que possa ser compreendido facilmente por todos.


Parque do Ibirapuera, São Paulo

O seminário realizado pelo Centro de Estudos da Metrópole junto com a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente Desafios na Construção dos Indicadores Ambientais Paulistanos: 5 anos de discussão, foi um passo nesse processo. “A discussão é recente, e não existe consenso sobre quais critérios devem ser utilizados”, afirma Sandra Gomes, pesquisadora do CEM, que em parceria com a Secretaria do Meio ambiente está desenvolvendo os indicadores.

A principal polêmica é se o índice deve incluir variáveis sociais, como pobreza, ou apenas estritamente ambientais, como qualidade da água e cobertura vegetal. “Durante o seminário houve uma intensa discussão se o índice deveria incluir fatores sociais ou não, já que, para alguns analistas, não há como isolar qualidade ambiental das condições de vida das populações. Ao mesmo tempo, outros analistas defendem a criação de indicadores puramente ambientais, onde os fatores humanos seriam apenas utilizados para caracterizar o contexto e, assim, não deveriam integrar um índice ambiental ”, diz Gomes. Os fatores sociais mudam consideravelmente o índice, no caso da cidade de São Paulo, já que a maior parte das áreas mais ricas, em termos puramente ambientais, se encontram na periferia.

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