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DiverCIDADE 14
julho- setembro de 2007

TRANSIÇÕES DA JUVENTUDE

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> De jovens a adultos: a transição em transição

> A Juventude ainda pulsa

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> Etnografias revelam dinâmicas das tribos urbanas
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> Cinco formas de a juventude se organizar politicamente
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> Uso de substâncias psicoativas ilegais e juventude: algumas ponderações

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> De juventude transviada à rebelde: Juventude no Cinema

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Matéria
Cronologia do Movimento Estudantil
From Memória do Movimento Estudantil

1910 É realizado o I Congresso Nacional de Estudantes, em São Paulo.

1929 É criada a Casa do Estudante do Brasil, visando à assistência social aos estudantes e à promoção, difusão e intercâmbio de obras e atividades culturais.

1932 Estudantes participam ativamente da Revolução Constitucionalista de São Paulo.

1934 É realizado o I Congresso da Juventude Operária-Estudantil. São criadas a Juventude Comunista, a Juventude Integralista, a União Democrática Estudantil, a Federação Vermelha dos Estudantes e a Frente Democrática da Mocidade.

1937 Com a instalação do I Congresso Nacional dos Estudantes, nasce a União Nacional dos Estudantes (UNE), órgão máximo de representação estudantil. A entidade começa a funcionar no prédio da Casa do Estudante do Brasil, no Rio de Janeiro, sob a direção de Ana Amélia Queirós Carneiro de Mendonça.

1940 Durante a Segunda Guerra Mundial, em pleno Estado Novo, os estudantes brasileiros iniciam campanha contra o nazi-fascismo e pela redemocratização nacional. No ano seguinte, o movimento se intensificaria e passaria a exigir o rompimento das relações diplomáticas do Brasil com os países do Eixo.

1943 O Centro Acadêmico XI de Agosto organiza a Passeata do Silêncio contra Vargas, que acaba em violenta repressão policial, com a morte do estudante Jaime da Silva Teles.

1948 Ocorre a primeira invasão do prédio da UNE pelo esquema policial do governo de Eurico Gaspar Dutra (1946-1951), que visa a impedir a realização do I Congresso Brasileiro pela Paz e reprimir os protestos estudantis contra o aumento do preço das passagens dos bondes.

1950
* O XIII Congresso da UNE elege Olavo Jardim Campos presidente da entidade. Começa a fase de domínio da direita na UNE.

* São criadas a Juventude Estudantil Católica (JEC) e a Juventude Universitária Católica (JUC), associações civis pensadas como setores especializados da Ação Católica Brasileira (ACB), com o objetivo de difundir os ensinamentos da Igreja nas escolas e universidades.

1956 Estudantes realizam campanha contra o aumento da passagem de bondes no Rio de Janeiro. Vários sindicatos operários se unem aos estudantes nessa luta. É criada, então, a União Operária-Estudantil contra a Carestia. No dia 30, a polícia invade o prédio da UNE em repressão ao movimento.

1961 São criados o Centro Popular de Cultura (CPC) e a UNE Volante, ambos com o objetivo de promover a conscientização popular através da cultura.

1961 A UNE participa da Campanha da Legalidade, liderada por Leonel Brizola, pela posse de João Goulart. A entidade transfere provisoriamente sua sede para o Rio Grande do Sul e organiza uma greve de repúdio à tentativa golpista.

1962
* Surge a Ação Popular (AP) a partir de desentendimentos entre a JUC e a hierarquia religiosa.

* A ação dos estudantes pela reforma universitária leva à decretação de greve geral nacional, paralisando a maior parte das 40 universidades brasileiras da época. O prédio do MEC, no Rio de Janeiro, é ocupado por três dias pelos universitários.

* A sede da UNE é metralhada por membros do Movimento Anticomunista (MAC).

1964
* A sede da UNE é incendiada por participantes do movimento político militar.

* A Lei Suplicy de Lacerda coloca na ilegalidade a UNE e as UEEs, que passam a atuar na clandestinidade. Todas as instâncias da representação estudantil ficam submetidas ao MEC.

1965
* Greve de mais de 7 mil alunos paralisa a USP.

* Surgem os Diretórios Acadêmicos Livres.

mov 1966
* As aulas na Faculdade Nacional de Direito são suspensas e 178 estudantes paulistas são presos durante um congresso realizado pela UNE-UEE, em São Bernardo do Campo.

* Castelo Branco cria o Movimento Universitário para o Desenvolvimento Econômico e Social (Mudes).

* A UNE decreta greve geral e elege o dia 22 como o Dia Nacional de Luta contra a Ditadura.

* A polícia invade a Faculdade de Medicina da UFRJ e expulsa estudantes com violência. O episódio ficou conhecido como o Massacre da Praia Vermelha.

1968
* O estudante Edson Luís Lima Souto é morto durante uma manifestação contra o fechamento do restaurante Calabouço. No dia seguinte, cerca de 50 mil pessoas participam do cortejo fúnebre. A UNE decreta greve geral dos estudantes.

* Passeata dos Cem Mil.

* É realizado clandestinamente o XXX Congresso da UNE, em Ibiúna (SP). São presas mais de 700 pessoas, entre elas as principais lideranças do movimento estudantil: Luís Travassos (presidente eleito), Vladimir Palmeira, José Dirceu, Franklin Martins e Jean Marc Von Der Weid.

* É decretado o AI-5. Centros cívicos substituem os grêmios estudantis.

1969 O governo Costa e Silva baixa o decreto-lei no 477, que penaliza professores, alunos e funcionários de estabelecimentos de ensino público (até 1973, esse decreto atingiria 263 pessoas, a maioria estudantes).

1972
* A Ação Popular (AP) passa a denominar-se Ação Popular Marxista-Leninista (APML).

* O presidente da UNE, Honestino Guimarães, desaparece.

1974 É criado o Comitê de Defesa dos Presos Políticos na Universidade de São Paulo (USP).

1978 O IV Encontro Nacional de Estudantes, realizado em São Paulo, aprova a comissão Pró-UNE.

1979 O XXXI Congresso da UNE, em Salvador, marca a retomada da entidade. É eleito presidente o baiano Rui César Costa Silva.

1980 O prédio que sediou a UNE até 1964, no Rio de Janeiro, é demolido por ordem do presidente João Batista Figueiredo.

1982 O XXXIV Congresso da UNE elege Clara Araújo (PCdoB), a primeira mulher a ocupar a presidência da entidade.

1983 O governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, cede à UNE o casarão da Rua do Catete, 234, onde passa a funcionar a sede da entidade.

1984 A UNE participa ativamente da campanha das Diretas Já e, posteriormente, apóia a candidatura de Tancredo Neves à presidência da República.

1985
* Os centros cívicos são extintos e é permitida a reorganização dos grêmios estudantis.

* É aprovado o projeto de legalização da UNE, de autoria do então deputado federal Aldo Arantes.

* O XXXVII Congresso da UNE, o primeiro pós-legalização, elege Gisela Mendonça presidente da entidade.

1986 O presidente José Sarney devolve o terreno da Praia do Flamengo à UNE.

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1992
* Estudantes participam da campanha pelo impeachment do presidente Fernando Collor, e a UNE readquire seu prestígio político.

* A UNE começa a emitir carteiras de validade nacional que dão descontos para estudantes em cinemas e teatros.


1993
* A UNE promove uma campanha a favor da alfabetização e participa do Movimento pela Ética na Política.

* É feita uma manifestação contra os aumentos elevados das mensalidades escolares.

1994 O presidente Itamar Franco assina um protocolo para a devolução definitiva do terreno da Praia do Flamengo aos estudantes. O ato da entrega é comemorado no restaurante Lamas, na companhia do presidente da República.

1995-1997 Campanha contra o Provão.

1996 Campanha Se Liga 16.

1996 A UNE e o grupo Tortura Nunca Mais realizam um ato público pela indenização às famílias de 17 estudantes mortos pelo regime militar.

1997
* Campanha contra a emenda da reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos.

* Ação contra a privatização da Cia. Vale do Rio Doce.

* Entidades estudantis integram a campanha Sou da Paz, pelo desarmamento.

1999
* O presidente de Cuba, Fidel Castro, participa do Congresso da UNE em Belo Horizonte.

*É realizado o Fórum Nacional de Lutas (FNL), reunindo dezenas de organizações sob a coordenação da UNE, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).

2003 Gustavo Petta assume a presidência da UNE, eleito no 48o Congresso da entidade, o maior de sua história até então, com a participação de cerca de 15 mil jovens.