Cinco formas de a juventude se organizar politicamente
Através da esquematização textual e dos clipes de vídeo, é possível perceber o panorama de organizações políticas juvenis presentes na Região Metropolitana de São Paulo que vão, desde representações partidárias, até manifestações “espontâneas”. Rafael Duarte Oliveira Venancio
Para Aristóteles, o que diferenciava o homem dos outros animais era sua capacidade de fazer política. Denominado por ele como zoon politikon, o homem (normalmente os chefes de família, conhecidos na Roma Antiga pelo nome de pater familias) realizava na polis todo seu exercício de decisão e participação na vida pública.
Naqueles tempos, os jovens eram levados aos centros de tomadas de decisão apenas para observar e aprender com seus pais. Além disso, toda a participação feminina, excetuando-se pouquíssimos casos registrados na literatura, ficava apenas na esfera da vida privada. Cabia a elas tratarem de coisas do lar e não da política.
Claro que nos dias de hoje não é assim. Além da maior participação feminina, os jovens se tornam importantes atores políticos na esfera pública. Manifestando e se organizando de diversas formas, expressam suas opiniões e lutam por seus objetivos. Aqui falaremos apenas de cinco possibilidades das inúmeras formas de organizações políticas juvenis presentes na Região Metropolitana de São Paulo.
O primeiro tipo é aquele ligado a partidos políticos tradicionais e são conhecidos pelos nomes de “Alas Jovens” ou “Juventude” de um partido X. Na realidade, essas correntes estão presentes em quase todos os partidos, independendo de suas posições sócio-políticas. Já o segundo são aqueles que se definem “movimentos autônomos, apartidários e independentes” que lutam por pautas tradicionais na política. Um exemplo claro disso é o Movimento Passe Livre “que luta pela transformação do transporte público. Por um transporte público gratuito e de qualidade para o conjunto da população”.
A terceira forma de organização são aquelas que defendem grupos sociais como é o caso do Núcleo de Consciência Negra, instalado na Universidade de São Paulo, que luta pela inclusão dos negros no ensino público através de bandeiras como o cursinho pré-vestibular:
O quarto tipo de organização são aqueles que lutam por pautas não-convencionais em política, como o meio ambiente. Esses “novos movimentos sociais” (para saber mais leia a entrevista com a pesquisadora do CEM-Cebrap Ângela Alonso acerca da presença da pauta ambiental nesse tipo de movimentos sociais), podem ser representados pelas “Bicicletadas”: movimento de ciclistas, em sua maioria jovens, que lutam contra a “ideologia motorizada” e a degradação do meio ambiente e da saúde humana.
Já o quinto tipo nem pode ser considerado uma organização política. São movimentos espontâneos e/ou de cidadania (veja a entrevista com o pesquisador do CEM-Cebrap Adrián Lavalle aonde ele problematiza a questão da espontaneidade) organizados por jovens. É o caso do vídeo abaixo que mostra o protesto de alunos do 3º colegial acerca do escândalo Renan Calheiros: