Trabalho e Desemprego |
“Para enfrentar o problema, o mais importante é manter o crescimento econômico, de forma consistente e sem estagnação, por pelo menos 7 ou 8 anos, com taxas de crescimento relativamente altas. Além disso, são necessárias algumas políticas específicas, como no caso dos jovens, que não tem experiência para obter o primeiro emprego. A qualificação para adultos também é fundamental, já que eles freqüentemente mudaram de setor ao longo da vida. Principalmente em SP, que era uma cidade tipicamente industrial, o perfil necessário para os novos setores de serviço, comércio e construção civil é diferente e exige treinamento. Mesmo nas funções mais simples, é importante saber ler, escrever, interpretar textos e fazer operações básicas de matemática. Nas políticas públicas, é importante que seja promovido o acesso à informação, através dos centros de acesso à internet. O sistema de proteção ao trabalhador também deve ser reorganizado para melhorar a qualidade do serviço e aumentar o acesso aos benefícios.” Paula Monagner, Coordenadora do Observatório do Mercado de Trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego “Ao contrário da concepção que reina nos sistemas estatísticos nacionais e na teoria econômica, o desemprego é um fenômeno crescentemente complexo que se expressa através de situações sociais diversas, tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento. Na experiência brasileira, a falta de crescimento sustentado do país nestes últimos 25 anos, em um contexto de baixa regulação social, tem se associado à recorrência de um desemprego elevado que se expressa de modo cada vez mais heterogêneo. “Esta situação se manifesta na sua totalidade nas grandes metrópoles, onde a complexidade da estrutura social e econômica e o processo de reorganização da estrutura produtiva ocorrem de modo mais intenso. A Região Metropolitana de São Paulo é a ponta de lança deste movimento no Brasil. O aprofundamento da segmentação de seu mercado de trabalho com o desenvolvimento de um núcleo restrito de serviços modernos e com redução dos setores industrial e bancário, em um trajetória de falta de crescimento e modernização tecnológica, alimentaram a informalidade e o desemprego, ampliando caleidoscópica deste problema. O desemprego aberto se tornou uma marca presente na configuração de seu mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que se consolidaram formas de desemprego associadas ao trabalho descontínuo e eventual, que aparecem como estratégia de sobrevivência em um país com baixa proteção social ao emprego e em uma metrópole com um custo de vida cada vez mais alto e internacionalizado. Por outro lado, o desemprego da metrópole não pode ser resolvido pelo crescimento do interior do estado, em razão do tamanho relativamente reduzido deste mercado de trabalho. Uma política de desenvolvimento estadual depende, portanto, do estabelecimento de diretrizes econômica e social claras para a metrópole, reconhecendo que será em seu espaço que se dará a superação de seu elevado e complexo desemprego. |
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