Arquivo CEM
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No Recanto dos Humildes, no entanto, os moradores relataram muito mais problemas, como falta de associações, distância das boas ofertas de trabalho e transporte precário. O CEU Perus, próximo ao Recanto dos Humildes, é uma referência dos moradores sobre a melhoria de espaços para aprendizado e lazer. Entretanto, parece não ser suficiente para atender a demanda existente na região.
Outro que faz coro aos descontentes é o paraibano Hilário dos Santos, de 45 anos. Trabalhando a três horas de ônibus do Recanto, tem dificuldade para chegar ao local de trabalho. “Precisava investir mais em transporte, porque aqui é bem precário. O trem, por exemplo, é muito lotado. É difícil conseguir embarcar nos vagões.” |
Recanto dos Humildes |
Um dos problemas que encontramos, tanto em Perus quanto na Vila Mariana, foi a falta de informações por parte do poder público. De acordo com Carlos Eduardo Gonzales Barbosa, Coordenador de Assistência Social e Desenvolvimento da Subprefeitura de Perus, nunca foi feito um censo adequado no Recanto dos Humildes devido ao número de invasões que, freqüentemente, expandem desordenadamente a área. Sabe-se apenas que no ano de 2000 havia 10.511 moradores.
O mesmo acontece na Vila Mariana. A subprefeitura não soube informar o número correto de moradores da favela porque o censo realizado, simplesmente, sumiu. Os moradores ouvidos afirmam que na área vivem cerca de 700 pessoas.
A falta de informações dificulta a criação de políticas de melhoria, tendo-se em vista que é preciso conhecer a pobreza para melhor combatê-la. Os problemas em ambas as favelas são graves, mas apresentam especificidades e exigem, por parte do poder público, um maior empenho para conhecer mais profundamente cada caso, para que se produzam políticas públicas que atendam as necessidades de cada local. |
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Recanto dos Humildes |
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