Redes sociais: uma porta de saída Além dos já tradicionais indicadores socioeconômicos, a estrutura de relações sociais é outro fator importante para conhecer mais profundamente o fenômeno da segregação e da pobreza. Um dos motivos por trás do pior desempenho social em áreas segregadas provavelmente se dá porque as redes de relações sociais, que maximizam o aproveitamento dos recursos existentes, não são tão desenvolvidas. Essas relações são importantes porque é através delas que as pessoas ficam sabendo de oportunidades de ajuda ou de emprego, mas também são algo pouco considerado pelas abordagens tradicionais da pobreza.
A favela de Paraisópolis difere de locais como Cidade Tiradentes (bairro que já está entre os temas de pesquisas do CEM), que apresenta formação mais recente e agrega pessoas que estavam num momento difícil de vida, como despejados ou pessoas que perderam a moradia em deslizamentos. Tudo isso, aliado à segregação territorial, faz com que a rede social de Cidade Tiradentes seja bem menos desenvolvida. A pobreza real O livro também dá um primeiro passo no sentido de conhecer melhor a relação entre pobreza e segregação, abordando aspectos mais específicos como a educação, a dinâmica social das favelas e o emprego. A educação é um exemplo claro do chamado efeito de vizinhança, o fato de que crianças em áreas segregadas tendem a ter pior desempenho em comparação com crianças de mesmo perfil socioeconômico que vivem em outras áreas.
No caso do emprego, as restrições de mobilidade, por conta dos elevados custos do transporte em áreas isoladas, dificulta o acesso a oportunidade de emprego (ver especial Trabalho e Desemprego, revista diverCIDADE nº 4). Por outro lado, a segregação diminui o contato com regiões mais abastadas onde pode existir oferta. Além disso, viver em lugares onde só moram desempregados faz com que seja difícil para toda a comunidade conseguir emprego ou tentar gerar renda dentro da comunidade. Por uma política pública mais eficaz Como então cortar o ciclo vicioso da pobreza? Embora exista hoje um consenso sobre a necessidade de políticas de transferência de renda para famílias em situação de pobreza absoluta, existe muita polêmica sobre a melhor forma de fazer isso. A chave para o problema pode estar em políticas públicas que usem como critério de seleção o local de moradia dos beneficiados.
Links Leia Introdução do livro São Paulo: segregação, pobreza e desigualdades sociais Veja relação de artigos do livro Entrevista no Estado de S. Paulo Entrevista na Folha de S. Paulo
|
|||||||||
Versão para Impressão |