Documentários
CEM apresenta primeira safra de documentários e discute fronteira com ciências sociais
Cena de Em Trânsito |
A relação entre o cinema e as ciências sociais é quase tão antiga quanto o próprio cinema, tendo ganhado forma mais consolidada nos anos 20, quando a técnica cinematográfica passou a ser usada como um instrumento privilegiado de registro de comunidades distantes. O filme de Robert Flaherty, Nanook of the North (1921), é um marco desta interação entre cinema e pesquisa. A partir daí, inúmeras experimentações foram realizadas nesse sentido, e a temática científica nos documentários se tornou o foco de um amplo debate sobre as possíveis linguagens utilizadas nessa interface entre ciência e artes audiovisuais. |
Dentro desse contexto, o Núcleo de Audiovisual do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), em parceria com a Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, está se inserindo nesse debate de quase cem anos formando um grupo que faz e pensa o documentário a partir de uma proposta inovadora do que seja a relação entre o cinema e a pesquisa. Os filmes produzidos pelo CEM são feitos a partir de um diálogo intenso entre cineasta e pesquisador, mas assumem que o cineasta deve ter liberdade de criação para explorar novos formatos e novas linguagens ao abordar os assuntos tratados na pesquisa.
“Estamos trabalhando numa área de fronteira, com o objetivo de potencializar a reflexão sobre o estatuto da imagem e do som na pesquisa”, afirma Ismail Xavier, coordenador da Área de Difusão do CEM. “Os filmes que nós produzimos não são meros filmes institucionais, eles foram feitos a partir de um movimento próprio de pesquisa”. |
Cena de Na Moda do Centro |
Ao mesmo tempo em que pretende ser um laboratório de linguagem cinematográfica para documentários, o projeto de cinema do CEM também inclui uma reflexão acerca do processo de transformação da pesquisa em filme. Nesse sentido, foi realizado no dia 28 de junho o segundo debate Cinema Documentário e Ciências Sociais: um diálogo entre cientistas e cineastas (a íntegra está disponível na revista). |
“Estamos trabalhando numa área de fronteira, com o objetivo de potencializar a reflexão sobre o estatuto da imagem e do som na pesquisa”, afirma Ismail Xavier, coordenador da Área de Difusão do CEM. “Os filmes que nós produzimos não são meros filmes institucionais, eles foram feitos a partir de um movimento próprio de pesquisa”. Ao mesmo tempo em que pretende ser um laboratório de linguagem cinematográfica para documentários, o projeto de cinema do CEM também inclui uma reflexão acerca do processo de transformação da pesquisa em filme. Nesse sentido, foi realizado no dia 28 de junho o segundo debate Cinema Documentário e Ciências Sociais: um diálogo entre cientistas e cineastas (a íntegra está disponível na revista).
André Queiroz |
|
Hortência, personagem do filme 5 Mulheres de Paraisópolis
|
Nessa primeira safra foram produzidos três filmes, sendo dois média-metragens baseados em pesquisas da casa. São eles A Moda do Centro, de Marta Nehring, sobre a indústria têxtil do Bom Retiro (primeiro a ficar pronto e já abordado em edições anteriores da revista) e 5 Mulheres de Paraisópolis , de Cláudia Mesquita, sobre moradoras da favela. Já o longa-metragem Em Trânsito , é um projeto independente de Henri Gervaiseau, coordenador do Núcleo Audiovisual do CEM. Saiba mais sobre os filmes nas próximas matérias da revista. |
Além desses, já existem mais dois novos projetos em andamento. Um deles é um documentário sobre práticas culturais na Grande São Paulo, de Mônica Simões, baseado na pesquisa de Isaura Botelho e Maurício Fiore, pesquisadores do CEM, que já está em fase de finalização. Além desse, Cláudia Mesquita está realizando sua segunda parceria com Ronaldo Almeida e Tiaraju D'Andrea, pesquisadores do CEM, num filme sobre pesquisas etnográficas realizadas na Cidade Tiradentes.
Links
Filme “A moda do centro” faz primeira adaptação de pesquisa do CEM – Revista diverCIDADE Nº2 Julho-Setembro 2004.
http://www.centrodametropole.org.br/divercidade/numero2/reportagens_cinema.html |